Verdadeira feminilidade (John Piper)

“O sentido último da verdadeira feminilidade” é um livreto do pregador John Piper que está disponível gratuitamente no site do Ministério Fiel (link ao final da postagem). Nele, o autor aborda a feminilidade do ponto de vista da glória de Deus – ênfase que já se tornou a marca de Piper, pois é algo que ele gosta de ressaltar em várias pregações e livros, não sem razão: devemos viver para louvar e glorificar a Deus, tendo Cristo como centro da nossa vida e qualquer teologia que desconsidere isso, está errada. Trago aqui algumas considerações sobre esse pequeno (porém valioso) tratado:

  1. A feminilidade só pode ser entendida se entendermos a finalidade do Universo:

Tudo no cosmo foi feito para glorificar a Deus. Precisamos entender a magnitude da graça de Deus que foi manifesta no sacrifício substitutivo de Cristo Jesus, que deu sua vida em favor de sua noiva, o que deve ser motivo de temor e maravilha. A feminilidade, se entendida fora desse contexto, vai ser apenas uma forma de bem-estar superficial para a mulher; quando entendida na perspectiva bíblica correta, a feminilidade se torna um reflexo da imagem de Deus, manifestação do Seu amor por sua criação e um mecanismo da graça de Cristo.

2. “Teologia fraca produz mulheres fracas. […]. Teologia fraca é infestada por […] antropocentrismo.” (John Piper)

Uma mulher só pode ser forte se tiver uma base sólida na qual se firmar. Uma teologia fraca, centrada no ser humano e suas vontades, ao invés de centrada na santa e perfeita vontade de Deus, afasta as pessoas do Pai e do propósito para o qual Ele as criou. Quando uma mulher tem um fundamento teológico coerente com o Evangelho, ela passa a entender sua natureza e usá-la como meio para glorificar a Deus; ela faz isso em sua condição feminina, seja solteira ou casada, sem tentar modificar esse aspecto em conformidade com o mundo, mesmo que isso seja contra-cultural, motivo de crítica, gozação e até perseguição.

3. Os papéis de gênero e o casamento foram planejados, não são acidentais; foram estabelecidos antes da Queda e planejados antes da fundação do mundo, tendo em vista o sacrifício de Cristo (Ap 13:8).

Algumas feministas que se dizem cristãs alegam que os papéis de gênero foram socialmente impostos como consequência do pecado, o que não é verdadeiro, pois os vemos estabelecidos no livro de Gênesis antes da Queda. Mais uma vez percebemos a importância de uma teologia forte: “Meu povo perece por falta de conhecimento.” (Oséias 4:6). É preciso ler a Bíblia para conhecer bem a vontade de Deus e poder defender a fé de maneira adequada; a leitura bíblica enriquece o espírito E o intelecto.

4.“Os grandes problemas com a televisão e os filmes não são o sexo e a violência. É a banalidade!” (John Piper).

    Essa foi uma das frases que achei mais impactantes. É fácil identificar os grandes vilões, mas os pequenos passam despercebidos. Perdemos tempo consumindo banalidades através da mídia e passamos a ver como banais e sem significado coisas pequenas da nossa vida que são realmente relevantes. Piper fala sobre como atos aparentemente banais, como trocar fraldas, devem ser vistos como importantes quando você percebe que suas ações estão alinhadas com o propósito de Deus e que coisas simples são também valiosas e são formas de glorificar a Deus e demonstrar sua graça (1 Co 10:31). Vale também pensar no tipo de cultura que consumimos. Pessoalmente, não sou contra consumir cultura secular, mas acho importante pensar sobre a qualidade dessa cultura, sobre o que ela te ensina e como ela te afeta. Tem um texto mais ou menos sobre isso aqui no blog, deixarei linkado no final do post.

    5. “Verdadeira feminilidade é um chamado distinto de Deus para demonstrar a glória de seu Filho de maneiras que não seriam demonstradas se não houvesse feminilidade.”  (John Piper)

     Piper nos diz que Deus configurou o casamento de forma que esse viesse a demonstrar a união entre Cristo e a Igreja, e diz ainda que a masculinidade e a feminilidade, no casamento ou na solteirice, são formas de demonstrar a glória de Cristo. A mulher foi criada (Gn 2:18) para ser uma auxiliadora, o que é uma característica do próprio Deus, que se apresenta como Auxiliador de Israel. A mulher comporta a vida, nutre de seu próprio seio, etc; a mulher reflete algumas das formas de cuidado de Deus para conosco. Piper diz ainda: “A distinta personalidade feminina é indispensável no propósito de Deus de demonstrar a plenitude da sua glória.”

    6. “O casamento existe para demonstrar o amor fiel à aliança e a graça que existe entre Cristo e a sua igreja.” (John Piper)

    Hoje, numa sociedade de “amores líquidos”, para usar o termo cunhado pelo sociólogo Zigmund Bauman para indicar as relações efêmeras que se dão na pós-modernidade, vemos que o casamento tem sido tomado como uma forma sem essência, um símbolo esvaído de significado; mas não para o cristão, que sabe que foi algo instituído por Deus e que simboliza algo maior, o amor de Cristo por sua noiva. Piper ressalta a responsabilidade nos ombros dos homens e comenta como muitos não são capazes de cumpri-la; é importante notar isso, pois os problemas, como violência doméstica, são reais e precisam ser tratados de forma sábia; muitas mulheres caem nas garras do feminismo por que este aponta uma suposta solução para o “problema dos homens”. Também é necessário entender que não se pode esperar uma feminilidade exercida sem dificuldades; você pode encontrar obstáculos no comportamento do seu marido e você certamente encontrará obstáculos no seu próprio comportamento, como tendências egoístas que devem ser vencidas (e não com sua própria força e sabedoria, mas com a ajuda de Deus, através da sua oração e sua confiança no Senhor).

    7. “Submissão é o chamado divino para uma esposa honrar e afirmar a liderança de seu marido, e ajudá-lo a executá-la de acordo com seus dons.” (John Piper)

    Esse assunto já foi tratado aqui no blog em outros textos (também deixarei o link deles no final). É um tema importante e que sempre causou controvérsia: por um lado, alguns homens realmente tentaram forçar a ideia de uma obediência cega, por outro, feministas tentam negar a ordem divina de que a mulher seja submissa ao marido. Submissão significa “estar sob a mesma missão”; essa missão é a ordem de Deus em Gênesis 1:28 (crescer, multiplicar e dominar o mundo).

    8. Para mulheres solteiras:

    Piper destaca alguns pontos, um dos quais é demonstrar que a família de Deus cresce pela fé, não pelo sangue! A mulher solteira está mais livre para trabalhar em favor do próximo e/ou pregar o Evangelho, por exemplo, assim como o apóstolo Paulo fez. A condição de solteira também demonstra que o casamento terreno é temporário e que os laços com Cristo são mais fortes que com a família. Se você quer casar, precisa saber que esse não pode ser seu objetivo último, pois há Algo mais importante. Se você não quer casar, deve ter consciência de que o casamento e a família são bênçãos e devem ser valorizados, ainda que não seja o seu chamado. São coisas importantes de ressaltar, por mais simples que pareçam, pois temos pessoas que colocam casamento e maternidade como sendo os únicos símbolos do valor da mulher, mas também temos pessoas (mais uma vez, feministas) que pregam que a mulher deve se libertar dessas amarras e construir sua vida com base em seus próprios interesses, passando uma visão de casamento e família como coisas inferiores. A Palavra de Deus nos diz que a mulher solteira tem valor para o Senhor e para a igreja tanto quanto a mulher casada, cada uma tem seu chamado e deve usar sua condição feminina para a obra de Deus de acordo com Sua Palavra e não com base em pressupostos mundanos.

    Conclusão: “Deus é grande demais, Cristo é glorioso demais, a feminilidade é estratégica demais. Não desperdice a sua feminilidade.” (John Piper)

    A parte da feminilidade ser estratégica é interessante, mostra que temos que entender esse assunto para saber como agir da forma certa e assim mudar o mundo, mesmo em pequena escala. Uma mulher forte e sábia é uma mãe que educa filhos fortes e sábios para a glória de Deus, uma esposa que ajuda o marido a desenvolver seus dons para a glória de Deus e colabora para que ele se mantenha no caminho do Senhor, é uma filha que honra pai e mãe, uma amiga que acolhe e aconselha, uma serva de Cristo que trabalha dedicadamente para o avanço do seu Reino de várias formas. Deus criou a mulher à sua imagem, Ele tem um propósito para a feminilidade, Ele usou mulheres ao longo da História – inclusive para trazer seu Filho ao mundo; se não buscarmos conhecer mais sobre esse assunto, estaremos fechando nosso coração para o propósito de Deus nas nossas vidas, estaremos desperdiçando a chance de agir de forma estratégica para fazer o Reino de Deus avançar e abençoar a vida de outras pessoas. Pequenas coisas importam. Não precisa ser uma grande pregadora, escritora, ou ter qualquer outra posição de destaque, basta ser mulher da melhor forma que você puder para glorificar a Deus, para que através da sua vida – através de um “bom dia” que você dá ou um café que você faz, através das suas roupas ou do seu trabalho – as pessoas vejam a glória de Deus, Seu cuidado e Seu amor. Ser grande não significa, nesse contexto, apenas ser famosa, estar como líder ou algo assim; muitas vezes, significa estar trabalhando nos bastidores, ajudando a levantar outras pessoas; a mulher grande que Piper nos incentiva a ser é simplesmente aquela que se submete a Cristo,  é essa realidade que devemos ter como foco.

    Links:

    Livreto (é preciso se cadastrar)

    Texto sobre tempo e cultura:

    Lista de textos sobre feminilidade, submissão, etc:

    https://discursosemmetodo.wordpress.com/category/feminilidade-biblica/

    Sarah Poulton Kalley

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    Acredito que a maioria de vocês já saiba um pouco sobre o casal Kalley. Como gosto de datas temáticas, vou aproveitar o que seria o 195º aniversário da Sarah para trazer mais detalhes sobre ela (espero que meu cérebro não seja o único lento na hora de lembrar como se lê 195 em números ordinais). Fiz apenas um apanhado geral do que pude encontrar, mas creio que é o suficiente para o propósito desse projeto, que é tirar uma lição de vida a partir da biografia dessas mulheres que serão apresentadas.

    Sarah Poulton Wilson nasceu na Inglaterra, em 25 de maio de 1825. Era considerada por todos como uma menina alegre e inteligente. Tinha talento com pintura, era fluente em francês e alemão desde cedo (mais tarde em português também), mas o maior destaque em sua vida foi a música (o que eu menos vou falar, já que é a parte mais conhecida). A mando de seu pai, começou a ensinar para rapazes na Escola Dominical; por conta própria, resolveu criar um curso noturno de conhecimentos gerais para jovens pobres, muitos dos quais mais tarde ajudaram a família Kalley no Brasil, como William D. Pitt. Sarah também liderou uma turma de garotas para ter  aulas de costura e fazer roupas para enviar aos missionários. As pessoas diziam que viam a santidade em seu rosto.

    Conheceu Robert Reid Kalley, médico e missionário escocês (ex-ateu, deixei um link lá no final sobre isso), em 1851, quando foi à Síria com seu pai e seu irmão doente, Cecil Wilson. O doutor Kalley tratou Cecil, mas ele não resistiu e veio a falecer. Robert, que era viúvo e 16 anos mais velho, “apaixonou-se pela jovem Sarah e ficou impressionado com seu interesse e entusiasmo pela obra missionária” enquanto ela “ficou encantada com seu modo de orar e expor as Escrituras.” [1]Casaram-se em dezembro de 1852 e desde então, segundo Forsyth na biografia do doutor Robert (Uma Jornada no Império), suas vidas tornaram-se “tão entrelaçadas que é impossível separá-las, como por exemplo, Priscila e Áquila, nas Escrituras. Um nunca é mencionado sem o outro […] a biografia dele torna-se então a biografia deles” (grifo meu). O casal viveu nos Estados Unidos e na Ilha da Madeira antes de vir para o Brasil. O senhor Kalley costumava utilizar sua profissão para evangelizar, enquanto Sarah procurava fazer isso visitando as famílias e conversando com as senhoras.

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    A chegada deles à nossa querida Terra de Santa Cruz se deu em maio de 1855, no Rio de Janeiro. Moraram em Petrópolis, numa casa batizada de Gernheim  (algo como “doce lar” em alemão). Em julho de 1858, os Kalley inauguraram a Igreja Evangélica Fluminense. Foi a primeira missão protestante que obteve sucesso em terras tupiniquins. Sarah começou ministrando estudos bíblicos durante as tardes de domingo para crianças inglesas; depois conseguiu reunir crianças de várias nacionalidades, com aulas em português, inglês e alemão. Procurava incentivar os alunos com prêmios (geralmente livros) e atividades extras (como passeios e lanches) e também incluía pessoas negras, o que era raro na época (mas eu não vejo muitos grupo falando sobre como as igrejas foram essenciais contra o racismo). Já adultos, muitos de seus pupilos enviaram cartas agradecendo imensamente por tudo.

    Os Kalley tinham o objetivo de fundar uma escola, o que lhes foi negado até maio de 1872, quando foi inaugurada a Escola Evangélica Fluminense de Instrução Primária, ou “Escola Diária”, como era conhecida, que ficou sob o comando do professor José Vieira de Andrade; depois, a própria Sarah inaugurou um curso noturno para, nas palavras dela “saciar a sede de instrução da nossa sociedade”.[2] No ano seguinte, visitaram Recife e fundaram a segunda igreja congregacional brasileira, a Igreja Evangélica Pernambucana. Além da criação da primeira escola dominical e do primeiro ministério infantil, foi a senhora Kalley quem fundou a União Auxiliadora Feminina, que serviu de modelo para sociedades femininas protestantes posteriores.

    O casal chegou a receber uma visita de Pedro II, com quem trocavam correspondência. O monarca interessou-se pelos Kalley por causa da intelectualidade deles e talvez tenha contribuído para a aceitação do protestantismo no Brasil, que era rechaçado por parlamentares católicos. No livro que trata sobre a influência britânica na modernização do Brasil (Britain and the onset of modernization in Brazil), Richard Graham não apenas destaca o papel dos Kalley para a transformação do país (no capítulo Individual Salvation, que trata sobre como, nas palavras de ninguém menos que Rui Barbosa, “onde há protestantismo, há prosperidade industrial, vigorosa e luxuriante como uma vegetação tropical”), mas afirma que depois da visita do Imperador ao casal, eles conseguiram converter algumas senhoras da Corte. Robert estava doente e quem recebeu o Imperador foi Sarah. O objetivo da visita era conversar sobre as viagens, mas devido à situação, não durou muito. Quando o marido estava doente, Sarah atuava como secretária, redigindo cartas, preparando esboços de sermões e orientando todo o trabalho da igreja e das demais atividades, com atenção especial para os colportores, pois a distribuição do material evangélico era de fundamental importância (material este boa parte traduzido pelos Kalley, como a primeira edição brasileira de O Peregrino).

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    Além dos já mencionados trabalhos, a senhora Kalley também atuou como escritora, inclusive um de seus livros (A Alegria da Casa, 1866) foi usado para ensinar dicas de saúde e cuidados domésticos nas escolas femininas no Brasil e em Portugal. No entanto, seu trabalho mais conhecido é a sua contribuição para o primeiro e mais popular hinário brasileiro, o Salmos e Hinos, para o qual compôs ou traduziu cerca de 200 hinos, deixando evidentes seus talentos poéticos, pois não apenas traduzia, mas garantia a adequação e a beleza das músicas, ou, como disse Forsyth,“adornava e ilustrava a doutrina com sua capacitada poética”. Também ilustrava literalmente, pois fazia desenhos das passagens bíblicas.

     “O hábito de ordem exterior ajuda a adquirir hábitos de ordem no regulamento de idéias, pensamentos e costumes intelectuais. Não esquecer o que sempre deve ter o primeiro lugar no arranjo da vida espiritual. O grande mestre diz: ‘Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça’” KALLEY, Sarah Poulton. A alegria da casa, p. 7-8.

    Os Kalley adotaram duas crianças, ambas brasileiras: o João Gomes da Rocha (que escreveu muito sobre o trabalho dos pais) e a Silvana Azara de Oliveira, que foi adotada já na Escócia, para onde o casal voltou em 1876 devido aos problemas de saúde do Robert. Lá, a casa em Edimburgo foi chamada de “Campo Verde” e eles realizavam cultos em português.  Robert Kalley faleceu 12 anos depois, por causa de problemas cardíacos. Foi uma morte dolorosa que a Sarah assistiu e relatou em cartas para as congregações de Recife e do Rio: “Mesmo com muita dor no peito e dificuldade de respirar, ele orava por todos: “Senhor, abençoa teus servos no Brasil, abençoa Santos, Jardim, Bernardino! Senhor, abençoa Tua obra em suas mãos! Senhor, abençoa os crentes em Pernambuco!”[3]. Segundo Forsyth, as últimas palavras dele foram “minha querida esposa”.

    Depois da morte do marido, apesar de ter ficado desolada, Sarah continuou trabalhando. Fundou uma instituição de apoio missionário para o Brasil (Help for Brazil Mission, 1892) para recrutar e dar apoio aos missionários e também ajudava estudantes acolhendo-os em sua casa, pelo que ficou conhecida como “a mãe de Edimburgo”. Ela faleceu em casa, no ano de 1907, e foi sepultada junto ao esposo no Dean Cemetery. Na lápide, a pedido seu, está escrito “Herdeiros da Graça da Vida”.

    Sarah e Sia

    Voltando ao conceito que vamos trabalhar nessa série, o de “auxiliadora idônea”, note que Sarah foi assim por toda a vida: começou ajudando o pai, ensinando em escola dominical, depois auxiliou o marido, as congregações e comunidades em geral por onde passou. Tenho uma afeição particular por ela por tudo que ela tem para nos ensinar, em especial o fato de que existem várias formas de servir a Deus e uma delas é estudar. Nem todo mundo tem talento para pregar ou ensinar na igreja ou ir para campo evangelizar, ou algo tipo, mas redigir e traduzir material pode ser algo edificante na vida das pessoas também. Cabe notar também que essa é uma característica predominantemente protestante. Em seu trabalho “Educação e cultura protestante na transição do século XIX”, Afonso diz que “na perspectiva protestante, abrem-se possibilidades ao elemento feminino – seja numa participação efetiva, como no caso da publicação/distribuição/circulação do livro A Alegria da Casa, seja como redatoras, correspondentes, educadoras e gestoras das escolas protestantes”, o que aconteceu principalmente por causa da relevância dada à leitura das Escrituras Sagradas sem mediação, então desde o princípio houve uma preocupação com publicação de material e com a escolarização das pessoas, e também por que a Reforma deu mais relevância às mulheres, mas falarei disso depois.

    Para além do assunto principal dessa postagem, que é feminilidade bíblica, ler sobre os Kalley é ler sobre a Era de Ouro da história do Brasil, sobre a importância da educação, da dedicação e do trabalho árduo. Encerro com um hino composto pela Sarah, Dedicação Pessoal, que representa bem sua vida e deve servir de inspiração para todos nós :

    Eis-me, ó Salvador, aqui.

    Corpo e alma oferto a Ti,

    Servo inútil, sem valor,

    Mas pertenço a Ti, Senhor!

    Fraco em obra e no pensar,

    Mui propenso a tropeçar,

    Salvo estou por Teu amor,

    E me voto a Ti, Senhor!

    Subjugado em todo o ser,

    Me submeto a Teu poder.

    Grande é o preço do perdão.

    Dá-me igual consagração!

    Eu, remido pecador,

    Me dedico ao Redentor.

    Teu –  é este coração,

    Teu – em plena sujeição.

    Vem tomar-me aqui, Jesus,
    Para andar contigo em luz,

    Sem reservas nem temor,

    Teu cativo, ó Salvador!

    REFERÊNCIAS:

    SITES

    https://www.hinologia.org/sarah-kalley/

    https://igrejacongregacional.org.br/?page_id=38

    https://www.ultimato.com.br/conteudo/os-pioneiros

    http://conexaoeclesia.com.br/2015/05/18/o-naturalista-e-o-missionario/

    https://www.elevados.com.br/artigo/507/brasil:-500-anos-de-evangelizacao.html

    ARTIGO

    AFONSO, J.A.  et al. Educação e cultura protestante na transição do século XIX: circulação de impressos e diálogos luso-brasileiros. Cuiabá, 2012.

    LIVROS

    FORSYTH, WILLIAM B. Jornada no Império: vida e obra do dr. Kalley no Brasil. São José dos Campos: Editora Fiel, 2006.

    GRAHAM, RICHARD. Britain and the onset of modernization in Brazil 1850-1914. Cambridge: Cambridge University Press: 1968.

    [1] https://www.hinologia.org/sarah-kalley/#_ftn7

    [2] https://www.hinologia.org/sarah-kalley/#_ftn7

    [3] https://www.hinologia.org/sarah-kalley/#_ftn7